O Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) instaurou sindicância para apurar denúncia de agressão física sofrida pelo advogado André Mariani, ocorrida em 4 de setembro no Fórum de Valparaíso de Goiás. O caso também está sob investigação da Polícia Civil.
O que aconteceu
Segundo relato de André Mariani, advogado com inscrição na OAB do Distrito Federal e suplementar em Goiás, ele esteve no fórum da comarca de Valparaíso, na Unidade de Processamento Judicial (UPJ), para despachar um processo que, conforme afirmou, já havia retornado do gabinete do juiz responsável. O servidor se recusou a concluir o trâmite, alegando acúmulo de trabalho e exigindo despacho expresso do magistrado.
A agressão
Mariani denunciou que o servidor “partiu para cima dele”, aplicou um enforcamento e só parou com a intervenção de outros funcionários. Também teria proferido ofensas verbais. As imagens divulgadas mostram lesões no pescoço, registradas em boletim de ocorrência.
Medidas tomadas
O TJGO confirmou a instauração de sindicância para apurar o episódio. O servidor acusado foi afastado da equipe de gestão da unidade. Apesar disso, críticas apontam que o tribunal tem histórico de proteger servidores envolvidos em condutas abusivas, levantando dúvidas sobre a efetividade da apuração.
Investigação policial
A Polícia Civil lavrou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). Mariani relatou que quase desmaiou, não fosse a intervenção de terceiros. O servidor, por sua vez, admitiu a agressão, mas alegou que reagiu após suposta provocação — teria sido chamado de “incompetente”.
Reações
A repercussão entre advogados foi imediata. Muitos veem o episódio como prova da fragilidade das prerrogativas da advocacia e da ausência de segurança dentro dos fóruns, ambientes que deveriam assegurar respeito e civilidade. A cobrança recai diretamente sobre a atual gestão do TJGO.
Fecho
A sindicância poderá resultar em punições administrativas ou disciplinares para o servidor, além de repercussões civis ou criminais. Mais do que um caso isolado, o episódio levanta o debate sobre como o TJGO lida com denúncias contra seus próprios funcionários e expõe a falta de garantias efetivas para que advogados possam exercer sua função com dignidade dentro do Judiciário.