Goiânia — A capoeira, que recentemente ecoou pelos corredores do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) em uma sustentação oral que ganhou o país, volta a ser protagonista na instituição. O advogado e capoeirista Dr. Java Lacerda, conhecido por sua “ginga jurídica”, foi oficialmente homenageado pela Federação Goiana de Capoeira, em reconhecimento à sua contribuição para a valorização da cultura afro-brasileira no ambiente jurídico.

Declaração Oficial de Reconhecimento

“Ao Dr. Java Lacerda,

Por sua destacada contribuição para a promoção e valorização da capoeira em nossa comunidade, especialmente durante a seção realizada no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás.

Sua presença e respeito pela capoeira demonstram seu compromisso com a cultura e a diversidade, enriquecendo nossa sociedade. Agradecemos sua participação e reconhecemos seu esforço em promover a capoeira como uma expressão cultural importante.

Atenciosamente,
Federação Goiana de Capoeira
Mestre Motorista
Mestre Emídio.”

Capoeira: Da Roda ao Tribunal

Reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO, a capoeira é um pilar da identidade e resistência nacional. Em Goiás, mestres como Motorista e Emídio garantem que a arte transcenda as rodas, alcançando escolas, comunidades e, agora, espaços institucionais de poder como o TJGO.

Ao receber a homenagem, Dr. Java reforçou que sua atitude buscou justamente criar essa ponte. Para ele, a capoeira é uma ferramenta de:

• Inclusão social
• Preservação histórica
• Diálogo entre gerações e classes

“Levar a capoeira para dentro do Tribunal não foi um ato de exibição, mas de demarcação. É mostrar que a nossa cultura popular tem a mesma dignidade e complexidade do Direito formal”, afirmou o advogado.

Um Símbolo de Mudança

O reconhecimento da Federação a Dr. Java Lacerda consolida um momento importante: a validação de que tradições populares têm lugar de fala em qualquer esfera da sociedade.

A homenagem não celebra apenas um indivíduo, mas a força de uma prática que, por séculos, usou a ginga para resistir e que, hoje, dialoga abertamente com a justiça.